Se uma personalidade pública — condição que exige, ou deveria exigir, ponderação e seriedade no que diz ou escreve — propõe iniciativas de inegável importância, merece ser ouvida pela classe política e pela opinião pública em geral.
Note-se: ouvida, mas não necessariamente aplaudida. Muitas vezes, para ser dissecada, criticada e discretamente jogada na lata de lixo mais próxima. É possível — alguns diriam indispensável — que a proposta seja usada para uma avaliação da sabedoria e das intenções do dono da ideia.
Está nesse caso a sugestão do ex-presidente Lula de que os ministros do Supremo Tribunal Federal passem a ter mandato. No sistema atual — nunca antes criticado — eles são indicados pelo presidente da República, aprovados pelo Senado e aposentados obrigatoriamente aos 70 anos.