Em busca de uma boa imagem, mas pouco disposta a um esforço real de austeridade, a presidente Dilma Rousseff mandou sua equipe fixar um superávit primário “alcançável e factível” para o fim de 2013 e para o próximo ano, segundo fontes do governo. Neste ano a administração federal diminuiu várias vezes a meta fiscal e recorreu a todos os truques legais disponíveis para baixar a meta de superávit primário – o dinheiro posto de lado para o pagamento de juros da dívida pública. Nem essas manobras funcionaram, porque a receita ficou abaixo da previsão, mas a gastança continuou sem freio.
Na terça-feira, numa rara demonstração de cuidado com as contas públicas, a presidente propôs aos líderes da base aliada um acordo para limitar a despesa. Mas insistiu, ao mesmo tempo, em liberar o governo federal de garantir a meta fiscal prevista para todo o setor público. O Congresso atendeu a esse pedido no dia seguinte.