Fonte: Revista Veja
Encontro com representante do Planejamento está marcado para esta sexta
Está prevista para a tarde desta sexta-feira a realização de nova reunião entre representantes dos professores universitários federais em greve e o secretário Sérgio Mendonça, do Ministério do Planejamento. Desde o início da paralisação, no dia 17 de maio, há quase dois meses, portanto, foi realizado apenas um encontro de negociação entre governo e docentes.
Uma segunda reunião, prevista para o dia 19 de junho, foi cancelada pelo governo, sem que outra data fosse agendada. Na última quarta-feira, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) protocolou uma carta no Palácio do Planalto dirigida à presidente Dilma Rousseff pedindo a retomada do diálogo. O último balanço do Andes indica que 95% das universidades e institutos federais de ensino superior estão com as atividades comprometidas. Hospitais universitários também sofrem com a falta de profissionais. A maioria suspendeu por tempo indeterminado consultas e cirurgias eletivas e atende apenas casos de emergência.
A principal reivindicação dos docentes é a reestruturação da carreira, com a inclusão de 13 níveis de remuneração (atualmente são 17), variação salarial de 5% entre eles e piso de 2.329,35 reais para 20 horas semanais de trabalho. Hoje, o valor é de 1.597,92 reais. Já a proposta do governo foi reestruturar a carreira dos professores tomando como referência de remuneração a carreira de servidores do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A proposta foi rejeitada pelos docentes. O ministro Aloizio Mercadante afirmou à época que considerava a greve “precipitada e sem razão de ser“.
Outro pedido dos docentes é a melhoria das condições de trabalho e infraestrutura das federais. Eles criticam a processo de “precarização” vivido pelas universidades como consequência, principalmente, do Reuni – plano de expansão das federais criado pelo governo federal em 2007. “Precisamos de boas condições para exercer nosso trabalho de ensino e pesquisa. Essa não é uma pauta menor”, afirma Marina Barbosa, presidente do Andes.
Um relatório da Controladoria Geral da União entregue ao Ministério da Educação (MEC) aponta“sistemática de atrasos” nas obras do Reuni nas federais. Entre 2007 e 2011, o MEC repassou 4,4 bilhões de reais às federais para obras do Reuni.